Laws of Man (2025): Um Thriller da Guerra Fria com Ambições Noir e Execução Falha

Laws of Man (2025), dirigido por Phil Blattenberger, é um thriller indie ambientado na era da Guerra Fria, situado nas paisagens desertas de Nevada em 1963. Misturando estética noir western, elementos de investigação policial e uma conspiração envolvendo o assassinato de JFK, o filme segue os U.S. Marshals Frank Fenton (Jacob Keohane) e Tommy Morton (Jackson Rathbone) enquanto caçam Benjamin Bonney (Dermot Mulroney), um proprietário de terras impiedoso que se torna assassino. Com um elenco de peso incluindo Harvey Keitel, Keith Carradine, Graham Greene e Forrie J. Smith, este thriller de baixo orçamento almeja uma grandeza sombria e pulp, mas tropeça em sua execução inconsistente, limitações de produção e narrativa excessivamente ambiciosa.

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Laws of Man

Enredo e Temas: Um Western Noir com Toques de Conspiração

O filme se inicia na zona rural de Nevada, 1963, onde o U.S. Marshal Frank Fenton, um veterano da Segunda Guerra Mundial que enfrenta PTSD, e seu parceiro impulsivo Tommy Morton são designados para capturar Benjamin Bonney, um rico proprietário de terras acusado de matar moradores locais para tomar suas propriedades. O cenário desértico, com estradas empoeiradas e motéis isolados, estabelece uma vibe western noir que remete a Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country for Old Men) ou The Hitcher. As cenas iniciais seguem tropos clássicos do noir: diálogos secos, personagens moralmente ambíguos e uma sensação opressiva de perigo iminente.

Conforme os marshals seguem o rastro de Bonney, cruzam com figuras peculiares como o Rev. Whittaker (Harvey Keitel), um pastor maconheiro, e um xerife enigmático (Graham Greene), insinuando segredos mais profundos. A trama se intensifica ao revelarem uma conexão com uma conspiração governamental ligada ao assassinato de John F. Kennedy. Essa reviravolta no terceiro ato busca causar impacto, mas parece forçada e pouco desenvolvida, carecendo de uma base histórica sólida para sustentar sua ousadia. Críticos apontam que o ângulo JFK parece mais um artifício do que uma extensão orgânica da paranoia da Guerra Fria que o filme tenta evocar.

Tematicamente, Laws of Man explora justiça, corrupção e os efeitos psicológicos da guerra. O PTSD de Frank se manifesta em flashbacks perturbadores, acrescentando profundidade ao seu comportamento estoico, enquanto a ganância de Bonney representa o poder desenfreado. No entanto, as inconsistências de tom alternando entre drama sombrio, thriller pulp e espetáculo conspiratório prejudicam essas ideias. A tentativa do roteiro de equilibrar gêneros resulta em uma narrativa desconexa, com questões morais não resolvidas e contexto histórico superficial.

Atuações: Um Misto de Carisma e Oportunidades Perdidas

Jacob Keohane sustenta o filme como Frank Fenton, com uma performance sutil que equilibra determinação e trauma interno. Seus gestos contidos um maxilar tenso, um olhar distante transmitem o peso do PTSD sem necessidade de exposição explícita. A química entre Keohane e Harvey Keitel é um dos destaques, especialmente em uma cena à beira da fogueira onde a sabedoria enigmática do Rev. Whittaker desafia a visão de mundo de Frank. Keitel rouba cenas com seu charme excêntrico, dando ao pastor uma gravidade peculiar que enriquece diálogos que poderiam soar monótonos.

Dermot Mulroney se diverte no papel de Benjamin Bonney, interpretando o vilão como uma figura exagerada e ameaçadora. Embora seu tom exagerado combine com a proposta pulp do filme, por vezes beira o caricatural, entrando em conflito com os elementos mais realistas. Já Jackson Rathbone, como Tommy Morton, é o elo fraco. Sua atuação engessada e valentia forçada fazem de Tommy um estereótipo noir mal desenvolvido, prejudicando a dinâmica da dupla de marshals.

O elenco de apoio, embora talentoso, é notavelmente subaproveitado. Keith Carradine aparece tardiamente como um misterioso agente do FBI, transmitindo autoridade silenciosa, mas com pouco tempo de tela. O xerife interpretado por Graham Greene é reduzido a um arquétipo estoico, com pouco diálogo para mostrar seu alcance. Forrie J. Smith, conhecido por Yellowstone, tem uma participação breve como um fazendeiro local, acrescentando autenticidade, mas sem peso narrativo. Esse potencial desperdiçado frustra, pois o elenco poderia ter enriquecido o drama centrado nos personagens.

Fotografia e Direção: Ambição Visual Limitada pelo Orçamento

O diretor de fotografia Daniel Troyer busca uma estética noir retrô, captando as paisagens áridas de Nevada com planos abertos de estradas escaldantes e interiores sombrios de motéis decadentes. Cenas iniciais, como um confronto ao entardecer diante de uma lanchonete, evocam westerns clássicos com suas composições rígidas. No entanto, a qualidade visual é inconsistente, com closes desfocados e iluminação plana que denunciam as restrições orçamentárias. Em comparação com inspirações como Bad Day at Black Rock, a fotografia carece de refinamento para sustentar a atmosfera noir.

As sequências de ação são irregulares. Um tiroteio em um celeiro abandonado no meio do filme mostra lampejos de tensão, com enquadramentos apertados e poeira caótica. Porém, os limites de orçamento são evidentes com efeitos de tiro animados, recuo mínimo e edição entrecortada, que reduzem o impacto. Críticos chamaram essas cenas de “CGI nível PS2” uma crítica dura, mas precisa.

A direção de Phil Blattenberger é ambiciosa, mas sem pulso firme. Ele brilha nos momentos intimistas, como nas trocas silenciosas entre Frank e Whittaker, mas falha no ritmo. O segundo ato se arrasta com diálogos excessivos que interrompem o fluxo, enquanto a reviravolta conspiratória no final parece apressada e mal construída. A tentativa de Blattenberger de fundir noir, western e thriller conspiratório é ousada, mas resulta em um filme de tom irregular que não se compromete integralmente com nenhum estilo.

Som e Trilha Sonora: Uma Oportunidade Perdida de Imersão

.A trilha sonora de Ching-Shan Chang recorre a clichês de filmes B, com cordas sintéticas e motivos repetitivos que não contribuem para o clima noir. Diferente da elegância jazzística de L.A. Confidential ou da melancolia de Hell or High Water, a música parece genérica, perdendo a chance de evocar a atmosfera cultural de 1963. O design de som é um ponto fraco gritante, com diálogos abafados, sons de tiros inconsistentes e mixagem ruim que atrapalha a imersão. Críticos descreveram o áudio como “amador”, destacando como ele prejudica cenas-chave, como os confrontos de Bonney. A ausência de músicas da época sem Dylan ou Sinatra também enfraquece a autenticidade do contexto da Guerra Fria.

Pontos Fortes e Fracos: Um Filme de Altos e Baixos

Pontos Fortes:

  • Atuação de destaque de Jacob Keohane como o marshal assombrado por traumas.
  • Momentos memoráveis com Harvey Keitel e Dermot Mulroney.
  • Mistura ambiciosa de noir, western e thriller conspiratório.
  • Cenário desértico intrigante com atmosfera noir western.
  • Final ousado (ainda que falho) que estimula debates.

Pontos Fracos:

  • Ritmo inconsistente com um segundo ato arrastado.
  • Visual de baixo orçamento e efeitos ruins em cenas de ação.
  • Design de som fraco e trilha sonora esquecível.
  • Elenco de apoio subaproveitado, incluindo Carradine e Greene.
  • Conspiração JFK pouco convincente e contexto histórico raso.
  • Atuação fraca de Jackson Rathbone.

Recepção Crítica: Um Thriller Indie Divisivo

Laws of Man dividiu críticos e o público. Keith Garlington (Keith & the Movies) elogia seu “charme retrô pulp” e “final gloriosamente insano”, dando 4/5 estrelas pelo valor de entretenimento. Por outro lado, Dennis Harvey (Variety) critica sua execução “verborrágica, desajeitada e pouco convincente”, argumentando que falha como thriller noir. No Rotten Tomatoes, o filme tem 52% de aprovação com base em 45 críticas, refletindo a divisão, enquanto o Metacritic marca 46/100, com tendência negativa. No IMDb, a nota média é 5.8/10, com elogios à atuação de Keohane e críticas aos “efeitos baratos” e “diálogos truncados”. No X (antigo Twitter), o burburinho descreve o filme como um “B-movie decente”, mas aponta a “produção amadora”, recomendando-o como um “streaming noturno descompromissado”.

Vale a Pena Assistir Laws of Man? Para Quem É?

Laws of Man (2025) é um thriller indie falho, mas ambicioso, que pode agradar a públicos nichados. Fãs de westerns noir (Badlands, The Three Burials of Melquiades Estrada) ou thrillers de baixo orçamento (Bone Tomahawk) podem apreciar seus personagens ásperos, estética desértica e excentricidades pulp especialmente o pregador interpretado por Keitel. No entanto, quem espera uma produção de época refinada ou uma conspiração historicamente fundamentada como JFK se decepcionará com os valores de produção fracos, ritmo irregular e ligação rasa com o assassinato de Kennedy. É melhor abordá-lo como um B-movie com alma, ideal para quem está disposto a relevar suas falhas em troca da intensidade de Keohane e o carisma de Keitel.


Nota: 2.5/5 estrelas
Onde Assistir: Disponível no Freecine

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